Ponto de vista
Ponto de vista. Tudo é ponto de vista. Pra quem está casado
à 25 anos, um mísero ano é pouco. “São novos, isso não vai durar”. Pra quem
está namorando à 5 anos, desde o Ensino Médio, nada muda. “Ai que legal amiga,
um ano já ? Parabéns !”. Pra quem tem 15, ama ficar na internet vendo a vida –
dos outros – passar, já quase morre. “MEU DEUS, UM ANO, NOSSA, É AMOR DE
VERDADE”.
Quer dizer, o ponto de vista muda a forma hiperbólica que
vejo meu namoro. Aquela história de infinitos e tudo mais ? Acho que é verdade.
Um ano ao lado do Fefo e eu já estou assim, toda emocionada em só escrever uma
coisinha legal no nosso dia 16 de março, que de certa forma infantil da nossa
parte, foi tão comentada. Meu deus, um ano, uhul.
Nossa, quanta crise.
Será que algum dia amadureceremos ? Não sei.
Dois tontos com as mãos tremendo, que no começo só queriam
impressionar um ao outro, beijo roubado no metrô, mensagens, cantadas, piadas,
desentendimentos desde o começo. Reclamei e ainda reclamo de briga, e óbvio que
ele também. Mas quer saber ? Já aprendemos tanto e já demos com a cara na porta
do orgulho, da infantilidade, e da idiotice, tantas vezes.
Ninguém é aquilo que é mostrado em fotos, em timelines, em
vídeos e fotos. Ninguém sabe a essência de ninguém. Nem eu mesma consigo saber
o que sou, pra que tudo isso. Mas alguém que se ama, alguém que se importa com
você, abre as cortinas disso, e clareia tudo por dentro, e então está ali,
encostadinho no canto, o que filósofos, pensadores e todo mundo sempre procura:
a essência do homem.
Felipe está cada dia mais inserido na minha vida. É muito
empolgante namorar, mudar status, ter DR, levar pra conhecer a família e tudo
mais. Claro, quem não gosta ? (Quem já sofreu demais com decepções ou ainda não
viveu esse sentimento). Mas não é só isso. Se você pensa que vou falar “ah,
namorar também tem seus pontos fracos”. Poupe-me de clichês.
Na verdade vou ser meio comum ao dizer que tudo o que você
precisa é amor. Por isso tá escrito isso na parede da sala aqui de casa. Na
minha mente pensante, não muito evoluída ainda, sim, tudo fica mais agradável e
as pessoas passam a ter atitudes mais nobres e menos podres do que de costume
se elas passarem a amar, e fazer do amor a ferramenta, o motor de suas ações.
Se tiver só um pouquinho disso, pronto, tá feito, tá certo. A utopia dos
sensíveis. Tem aqueles que odeiam tudo, acha que vai acabar tudo em fogo e
mortes trágicas.
Mas o que é certo né ? Sei lá o que é certo. Por isso citei
minha evolução de pensamentos. Pode ter certa influência o fato de eu estar
apaixonada. E estou assim a um ano, pela mesma pessoa, que está crescendo,
mudando e criando uma coisa muito forte comigo. Um namorinho bestinha de duas
pessoinhas fraquinhas com um coraçãozinho molinho suscetíveis a qualquer
emoçãozinha mais forte. Pode ser. Mas vou te falar uma coisa... Que namorinho
mais incrível. Que namorinho mais cheio de coisas e migalhas e ideias e crises
e laços e choros e beijos e amassos e olhos e bocas e lágrimas e mãos.
Eu por ele, ele por mim. Por um ano. E espero prolongar essa
“poesia” que é nosso namoro, por muito mais tempo. Quem sabe chegamos nos 50
anos de casados. Quem sabe essa poesia não é um Navio Negreiro do Castro Alves,
de mil páginas. Ou uma antologia poética de 500 páginas. Ou uma coleção de diversas
antologias de 500 páginas.
Não sei. Só sei que amo alguém demais. Alguém que me motivou
a escrever hoje, dia que fechou um ano, dia que tem um coração na minha agenda,
dia que uma amiga faz aniversário, dia que fomos ao cinema ver 300, não o dia que
pediu pra me namorar, não o dia que ficamos a primeira vez. Dia que decidimos
ser o nosso dia.
Te amo.
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